No momento em que articula sua mudança do DEM para o PSDB
para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2022, o vice-governador de São
Paulo, Rodrigo Garcia, recebeu apoio do grupo ligado ao prefeito Bruno Covas em
uma articulação que isolou o ex-governador Geraldo Alckmin no partido.
Potencial candidato à Presidência da
República no ano que vem, o governador João Doria também apoia o
nome de seu vice. A filiação de Garcia ao PSDB está marcada para 25 de junho.
Alckmin, que tem evitado falar publicamente sobre o tema,
procurou dirigentes do PSDB para manifestar seu desejo de concorrer nas prévias
que vão definir o candidato do partido ao governo, marcadas para setembro.
"Se Rodrigo Garcia quiser ser candidato, ele terá
que disputar prévias. O candidato natural do partido é aquele que foi eleito
pelo PSDB e vai disputar a reeleição, e não quem chegou aos 45 minutos do
segundo tempo", disse o ex-deputado Pedro Tobias, que integra a o diretório
estadual tucano.
O prefeito e o ex-governador trataram do assunto
pessoalmente em uma conversa há três semanas. Segundo auxiliares de Covas, que
detém o comando do PSDB paulistano, Alckmin foi avisado de que, se Garcia for
para o partido, a candidatura dele seria o "caminho natural". A
direção executiva tucana definiu que as prévias não serão necessárias em caso
de reeleição, mas aliados de Alckmin contestam essa decisão e pretendem
revertê-la. Procurado, Covas não quis se manifestar.
O PSDB nacional já organiza as prévias presidenciais
marcadas para outubro, o que mantém o debate no diretório estadual em compasso
de espera. Além de Alckmin, a lista de pré-candidatos ao governo de São Paulo
tem outros três nomes: o secretário da Casa Civil, Cauê Macris, o presidente do
PSDB-SP, Marco Vinholi, e o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando.
"Com a chegada do Rodrigo Garcia ao PSDB, muda toda
a configuração. Será inevitável adiar as prévias estaduais, caso ele se torne
governador em abril. Ele passaria a ser o candidato natural", disse
Morando.
O PSDB ofereceu a Alckmin a candidatura ao Senado, mas
ele resiste à ideia e ainda precisaria convencer José Serra a desistir de
tentar a reeleição. Diante do impasse, PSL e PSB se aproximaram do
ex-governador e sinalizaram que ele teria legenda para tentar um novo mandato
no Palácio dos Bandeirantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. |