O Ministério da Saúde segue com a campanha nacional de vacinação contra
a gripe em 2021. A expectativa é imunizar 80 milhões de brasileiros de
diferentes grupos prioritários gratuitamente, via o SUS.
A vacinação foi dividida em três etapas, cada uma com parte do público-alvo.
Confira:
Do dia 12 de abril a 10 de maio: crianças entre 6 meses e 6 anos,
gestantes e puérperas (mulheres no período de até dias 45 após o parto), povos
indígenas e trabalhadores da saúde.
A partir de 11 de maio: idosos com mais de 60 anos e professores
A partir de 9 de junho: integrantes das forças de segurança e
salvamento, pessoas com comorbidades, condições clínicas especiais ou com
deciência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo
rodoviário, trabalhadores portuários, funcionários do sistema de privação de
liberdade, população privada de liberdade e adolescentes em medidas
socioeducativas
E já que a partir de terça-feira, 11 de maio, os idosos serão contemplados
com a vacina da gripe e a baixa incidência de procura por vacinas por este
publico. Segue abaixo reportagem sobre reações adversas que não são comuns:
Dos 15 milhões de idosos vacinados em São Paulo de 2015 a 2017, apenas
207 tiveram alguma reação adversa. Desses, 89% tiveram reações leves, como dor
no local da aplicação da vacina, e 3% relataram eventos graves. Os dados fazem
parte de estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, das
universidades de São Paulo (USP) e Católica de Brasília (UCB).
“O estudo mostrou que o risco é mínimo se comparado com o efeito que a
pessoa pode ter, por exemplo, ao contrair uma gripe, que pode virar pneumonia,
precisar de uma internação e até ir a óbito”, afirma Beatriz Aparecida Ozello
Gutierrez, uma das autoras do estudo, professora da Escola de Artes, Ciências e
Humanidades (Each) da USP. Entre os casos graves, foram dois registros com
hospitalização e nenhum óbito.
O levantamento foi feito a partir de notificações de eventos adversos do
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O programa,
do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece à população idosa, no calendário
nacional de vacinação e em campanhas nacionais, cinco tipos de vacinas:
difteria e tétano (dT), hepatite B, febre amarela, influenza e pneumocócica 23
(Pn23).
Para a pesquisadora, os dados reforçam a segurança das vacinas e a
importância da imunização. “É fundamental que outros estudos tragam isso,
especialmente agora que estamos na vacinação contra a covid-19, para que a
população vá se vacinar”, destaca. O trabalho contou com a divulgação da
Agência Bori.
Orientação
Para diminuir ainda mais a possibilidade de efeitos adversos, que já
estão previstos inclusive na bula do imunizante, é fundamental a orientação dos
usuários. Beatriz acredita que isso é papel do profissional de saúde, mas
também pode ser feito por meio de outros instrumentos de comunicação, como
panfletos.
“Você toma a vacina e recebe um panfleto dizendo: ‘Olha, essa vacina
pode trazer uma dor no local, pode trazer uma hiperemia, todos os efeitos que
estão na bula. Existe um estudo para isso, então ele corre um risco sim de
apresentar alguns desses efeitos. A população tem que ser alertada quanto a
isso”, defende.
Notificação
Ainda de acordo com a pesquisadora, a análise dos dados mostrou algumas
falhas nas notificações. O primeiro ponto de atenção é que “o próprio usuário
daquele serviço de saúde deve ser bem orientado sobre a necessidade de, em
qualquer intercorrência, procurar o serviço de saúde”.
Além disso, ela lembra que os profissionais devem estar atentos aos
registros. “A notificação precisa ser muito bem feita pelo profissional de
saúde. A gente viu que alguns campos estavam em branco, mostrando que o
profissional esqueceu de preencher, ou que ele não perguntou para a pessoa que
estava ali fazendo a notificação”. Ela defende mecanismos de educação
continuada dos profissionais da área.
Edição: Graça Adjuto
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