Foram
necessários cinco meses de trabalho para que o brasileiro pudesse ficar em dia
com o governo. De acordo com o estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT), neste ano, foram precisos 149 dias para pagar impostos,
taxas e contribuições aos cofres públicos, o que ocorreu no último sábado, dia
29 de maio.
O estudo
Dias Trabalhados para Pagar Tributos mostra que o tempo em que o brasileiro
trabalha atualmente é superior ao dobro do calculado na década de 1980. Em
1988, por exemplo, a carga tributária equivalia a 73 dias. No ano passado,
foram necessários 151 dias para pagar os impostos federais, estaduais e
municipais.
Ainda
segundo a pesquisa, o valor pago em impostos neste ano representa 40,8% do
rendimento médio brasileiro. Ou seja, a cada R$ 100 gastos com produtos R$ 48,8
servem para pagar impostos. Em 2003, por exemplo, o comprometimento era em
média, de 36,9%.
Quem mais
sofre com a carga tributária no Brasil é o trabalhador de baixa renda, que
perde o poder de compra. É que no Brasil, a carga tributária incide sobre o
consumo e não sobre a renda.
O estudo do
IBPT considera a tributação sobre rendimentos (Imposto de Renda, contribuições
previdenciárias e sindicais), sobre o consumo de produtos e serviços (PIS,
Cons, ICMS, IPI e ISS) e sobre o patrimônio (IPTU e IPVA).
O Brasil
está entre os dez países com as maiores cargas tributárias do mundo, na 9ª
posição, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OECD, na sigla em inglês). Segundo o estudo, o Brasil exige que o
cidadão destine mais dias de trabalho para pagar tributos do que na Alemanha
(148 dias); na Islândia (147 dias) e na Eslovênia (143 dias). O Chile, vizinho
do Brasil, exige que o trabalhador dedique 68 dias para pagar os tributos.
Se a alta
carga tributária tira o poder de consumo dos trabalhadores, para as empresas
ela impede a competição com o mercado estrangeiro. |