Pela terceira vez este ano, o prefeito
Fernando Augusto Cunha está encaminhando à Câmara de Vereadores, para votação
em regime de urgência, projeto de Lei que trata da transação de quatro terrenos
pertencentes ao município, por um barracão existente no Distrito Industrial I,
pertencente a Maurício Scalon.
O assunto já tinha até virado Lei, após a
aprovação pela Câmara, na sessão ordinária do dia 12 de abril passado, do
projeto de Lei 5.666, por meio do qual o Executivo solicitava autorização da
edilidade para
permutar quatro lotes pertencentes ao município, localizados em três
loteamentos diferentes da cidade e no Distrito Industrial-III, pelo barracão
abandonado há muitos anos no Distrito Industrial “Álvaro Britto”, ou Distrito
Industrial-I.
O
projeto foi aprovado em regime de urgência naquela ocasião e em seguida
transformado na Lei nº 4.595, de 14 de abril de 2021. Porém,
menos de uma semana depois o prefeito encaminhou outro projeto de Lei à Câmara,
pedindo a revogação desta Lei, em texto modificado no tocante à transação.
Pedindo também regime de urgência para
votação, Cunha então encaminhara à Casa de Leis, o projeto de Lei 5.678,
modificando a forma de transacionar os lotes pelo barracão, que passou a ser de “Dação em
Pagamento” e não mais “permuta de terrenos por barracão”, além
de pedir a revogação da Lei em vigor.
Este
projeto de Lei foi retirado da pauta antes mesmo de ir para votação, e agora um
novo projeto de Lei, de número 5.668, será votado hoje à noite, a partir das 18
horas, se nada de diferente se repetir.
A
reportagem da Espaço Livre se debruçou sobre o documento na manhã de hoje, a
fim de apurar o porquê de nova retirada e novo protocolo. Há erros no projeto
anterior, consequentemente erros na Lei 4.595, revogada, e há erros no projeto
que o substituiu, retirado da pauta, corrigido e protocolado de novo.
Por
exemplo, no projeto inicial que originou a Lei revogada, dizia-se que o barracão
existente ali media 2.285,50 m2, quando na verdade esta é a medida de toda
área, sendo 1.040 m2 de área edificada, 900 m2 de barracão e 140 m2 de área
administrativa.
No
novo projeto esta medição errônea não consta mais no artigo 1º. Mas, o Artigo
2º do projeto traz correções de falhas iniciais como não constar números de
matrícula e cadastro dos terrenos do município, além de erro no número da
matrícula do terreno no Distrito Industrial III, que agora é 75.615, e não mais
40.972.
No
terreno do Residencial Cote Gil, houve erro de localização do próprio lote,
constando na Lei o nº 8, quando na verdade é o lote nº 7, medindo 560,30 metros
quadrados, e não 520,76, como constava na Lei, mas que já havia sido corrigido
no projeto seguinte, que foi retirado.
Não
consta no novo projeto, qualquer referência a mudanças de valores. Serão quatro
lotes municipais por um barracão, mas as áreas são praticamente idênticas, na
soma, e os valores também são equivalentes.
Os
quatro terrenos foram avaliados em R$ 491.800, sendo R$ 262 mil pelos três
terrenos, e R$ 229.800 pelo lote do Distrito Industrial III, enquanto o
barracão foi avaliado em R$ 490.924,72.
Já
divulgamos aqui anteriormente, que o barracão que a prefeitura vai permutar com
os quatro terrenos de sua propriedade, foi construído há mais de 27 anos atrás,
em área que pertence ao próprio município.
Segundo
o vereador Tarcísio Cândido de Aguiar, o proprietário do prédio, Maurício
Scalon, entre 1978 e 81 fez uso de um programa do Governo chamado
“Pró-Indústria”, que consistia na doação de terrenos pelo Poder Público, para a
iniciativa privada fazer investimentos e gerar empregos.
Porém,
a proposta não obteve êxito e agora o município, para reaver o terreno, se vê
obrigado a reembolsar o empresário pela edificação do barracão. É uma situação,
no entanto, lícita, o município está indenizando pela construção do barracão,
que pertence ao empresário, conforme disse Aguiar.
No
barracão, como também já divulgamos, será instalada a sede da Secretaria
Municipal de Zeladoria e Meio Ambiente, que segundo o secretário Rafael
Silveira, deverá estar instalada até o mês de julho. |