O inverno no Hemisfério Sul começou às 0h32 (horário de
Brasília) de segunda (21), quando ocorreu o solstício de inverno. Caracterizada
pelas baixas temperaturas e redução das chuvas em parte do país, a estação se
estenderá até o dia 22 de setembro.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o
período menos chuvoso nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e em parte das regiões
Norte e Nordeste tende a favorecer a incidência de queimadas e de incêndios
florestais, bem como um aumento do número doenças respiratórias, já que a umidade
relativa do ar diminui bastante.
Além disso, os baixos índices pluviométricos típicos do
período podem agravar a já preocupante situação dos reservatórios hídricos de
parte do país. De acordo com o Inmet, a precipitação nos estados que compõem a
bacia do Rio Paraná (Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São
Paulo), por exemplo, já vem registrando chuvas abaixo da média desde o ano
passado, e essa situação deve se prolongar pelos próximos meses.
“Neste ano, a situação de escassez de chuvas na bacia do Rio
Paraná foi mais extrema em relação aos anos de 2018 e 2019, principalmente nos
dois últimos meses (abril e maio)”, informa o Inmet, em nota.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a situação
hidrológica registrada em 2021 é a pior dos últimos 91 anos. O baixo volume de
chuvas afeta a geração de energia elétrica porque 65% da produção nacional
provêm de hidrelétricas, que dependem do recurso em abundância.
Por outro lado, a típica circulação de massas de ar frio
vindas do sul do continente tendem a derrubar as temperaturas, o que pode
causar a formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e no estado de Mato Grosso
do Sul, e até mesmo queda de neve em áreas serranas e planaltos da Região Sul.
Também em nota, a Climatempo Meteorologia alerta que a baixa
umidade e o solo cada vez mais seco facilitarão a propagação do fogo, sobretudo
no Tocantins, em Rondônia, no Acre, bem como na região sul do Amazonas e em
partes do Pará e das regiões Sudeste e Nordeste.
Veja abaixo o prognóstico do Inmet para os próximos três
meses em cada uma das regiões brasileiras.
Região Norte – A previsão climática indica maior
probabilidade de que as chuvas ocorram ligeiramente acima da média
climatológica sobre o norte da região, principalmente os estados de Roraima e
Amapá. Nas demais áreas, existe uma tendência de as chuvas ficarem próximas e
abaixo da média, principalmente no sul da região amazônica, onde normalmente
chove abaixo de 300 mm no período de julho a setembro. A temperatura média do ar
nos próximos meses deve permanecer acima da média.
As condições de falta de chuvas, alta temperatura e baixa
umidade relativa do ar favorecem a incidência de queimadas e incêndios
florestais, muito comuns na metade do inverno e início da primavera. Por outro
lado, isso não descarta a ocorrência de eventuais episódios de friagens no sul
dessa região, devido à passagem de massas de ar frio mais continentais.
Região Nordeste – A previsão indica o predomínio de áreas
com maior probabilidade de chuvas próximas à climatologia durante esta estação,
principalmente no interior da região. Em algumas áreas, como o norte do
Maranhão e do Ceará, leste do Rio Grande do Norte e da Paraíba, as chuvas ainda
poderão superar ligeiramente a média durante o mês de julho. Predomínio de
temperaturas próximas e acima da média em grande parte da região, exceto no
centro-leste da Bahia, onde as temperaturas podem ser ligeiramente abaixo da
média durante o mês de setembro.
Região Centro-Oeste – No Centro-Oeste, o período seco já teve
início, e a tendência é que a umidade relativa do ar diminua ainda mais nos
próximos meses, com valores diários que podem ficar abaixo de 30% e picos
mínimos abaixo de 20%. Dessa forma, a previsão para o inverno indica alta
probabilidade de as chuvas ocorrerem dentro e abaixo da faixa climatológica em
grande parte da região, exceto no centro-sul de Mato Grosso do Sul, onde as
chuvas deverão ser ligeiramente acima da média durante o mês de setembro. As
temperaturas deverão permanecer acima da média, devido à permanência de massas
de ar seco e quente, principalmente nos meses de agosto e setembro, favorecendo
a ocorrência de queimadas e incêndios florestais. Em algumas localidades do
leste de Mato Grosso do Sul e sul de Mato Grosso, as temperaturas poderão ser
ligeiramente abaixo de seus valores climatológicos, devido à passagem de
algumas massas de ar frio mais continentais.
Região Sudeste – O trimestre de junho a agosto corresponde
ao período mais seco da região, especialmente no norte de Minas Gerais. Desse
modo, a previsão do Inmet para o inverno no Sudeste indica que as chuvas devem
permanecer próximas ou ligeiramente abaixo da média, porém não se descarta a
ocorrência de chuvas próximas ao litoral da Região Sudeste no mês de julho,
devido a passagem de frentes frias. No caso das temperaturas, elas devem
permanecer acima da média em grande parte da região, com exceção do norte de
Minas Gerais e do Espírito Santo, onde as temperaturas podem ser próximas ou
ligeiramente abaixo de seus valores climatológicos.
Região Sul – O prognóstico para os meses de inverno indica
predomínio de chuvas próximas e abaixo da média em grande parte da Região Sul.
Em algumas áreas localizadas sobre o sul e leste do Rio Grande do Sul e sudeste
de Santa Catarina, a tendência é de que ocorram chuvas abaixo da média,
principalmente no mês de setembro. A maior frequência das frentes frias
contribuirá para maiores variações nas temperaturas ao longo do trimestre, com
a previsão de temperaturas médias próximas e acima da climatologia em grande
parte da Região Sul. As temperaturas médias mais elevadas estão previstas para
o mês de setembro, principalmente no Paraná. Temperaturas abaixo da média são
previstas para o leste de Santa Catarina e do Paraná, além do nordeste do Rio
Grande do Sul, pois a incursão de massas de ar de origem polar pode provocar
declínio nas temperaturas, possibilitando a ocorrência de geadas especialmente
em áreas de maior altitude.
Fonte: Agência Brasil |