O governo de
São Paulo recuou e desistiu de liberar o funcionamento do comércio até as 22h a
partir de 1° de junho, como tinha sido anunciado pela gestão de João Doria
(PSDB) na semana passada.
Com a
mudança, o estado continuará na atual fase de flexibilização, que autoriza
lojas, shoppings, academias, salões de beleza e restaurantes a operar até 21h.
A capacidade
máxima de funcionamento do comércio, que também tinha a previsão de ser
ampliada para 60% no próximo mês, seguirá em 40%.
Secretário
de Saúde da Cidade de SP prevê chegada de 3ª onda
A medida
permanecerá em vigor até 13 de junho, e ocorre após o estado registrar aumento
no número de internações, que voltou a ficar acima dos 80%, e de casos do
coronavírus.
Pelo novo
cronograma, a ampliação de horário e capacidade deve ser liberada a partir de
14 de junho.
"Os
indicadores da pandemia recomendam cautela neste momento e é cautela que nós
estamos adotando", afirmou o governador João Doria em coletiva de imprensa
nesta quarta (26).
Segundo o
diretor do Centro de Contingência do Coronavírus, Paulo Menezes, a elevação dos
casos da doença fez o comitê revisar a recomendação e orientar o estado a não
avançar nas flexibilizações.
"Tivemos
essa avaliação de que não seria ainda o momento de avançar como havia sido
pensado na semana passada. [...] Houve um aumento na incidência de casos,
estávamos com 370 casos por 100 mil a cada 14 dias, hoje temos 418 casos por
100 mil, um aumento de 10% nessa incidência. O aumento no número de internações
é mais discreto, felizmente", defendeu Menezes.
Variante
indiana no estado de SP
Na manhã de
quarta (26), foi confirmado pelo governo paulista um caso da variante indiana
da doença, chamada de B.1.617, em um passageiro que desembarcou no Aeroporto de
Guarulhos no dia 22 de maio.
Ele é de
Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e o diagnóstico foi confirmado pelo
Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Fase de
transição
Desde
segunda-feira (24), o comércio foi autorizado a elevar a capacidade máxima de
30% para 40%. Na prática, porém, não há lei, multa ou fiscalização para
verificar esse percentual.
O estado de
São Paulo está, desde 18 de abril, na chamada “fase de transição” do Plano São
Paulo, que regula o funcionamento dos setores da economia.
Esta fase,
criada para representar uma etapa transitória da fase emergencial, a mais
rigorosa da quarentena, não leva em consideração os indicadores da pandemia no
estado.
Se índices
como taxa de ocupação de leitos fossem levados em conta, a maior parte da
população do estado estaria na chamada fase vermelha.
Indicadores
da epidemia
O número de
novos casos está em alta no estado. Nas últimas semanas, São Paulo também
registrou uma interrupção na queda de novas internações. A última vez em que a
ocupação de UTI ficou no patamar de 80% havia sido em 27 de abril.
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