Em
entrevista à CNN, no sábado (19), a médica e pesquisadora da Escola Nacional de
Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcomo defendeu que
as medidas preventivas de cuidado à Covid-19 devem permanecer, mesmo após a
aplicação das duas doses contra a doença. "Ser vacinado não é uma carta de
alforria", alertou a pesquisadora.
A médica
defendeu que, apesar de todos os imunizantes aplicados no Brasil terem sido
muito bem testados, nenhum garante eficácia de 100%; com isso, as medidas de
segurança devem continuar.
"A
vacinação sozinha não é milagre, é preciso que as pessoas entendam isso. Ser
vacinado não é uma carta de alforria, de liberdade para que as pessoas voltem
ao ano de 2019. Nenhuma vacina tem proteção 100%, não adianta ser só vacinado.
Nem mesmo ter tomado duas doses nos libera dos cuidados", disse.
Margareth
Dalcomo acrescentou que mesmo os que já contraíram a doença não têm a imunidade
garantida.
"Mesmo
quem já passou pela doença, se curou, sabendo que a imunidade conferida pela
doença é muito curta. Quem teve há um ano atrás não tem mais imunidade nenhuma,
o que confere a imunidade é ser vacinado. Mas ser vacinado com as duas doses
não adianta, temos que nos proteger, manter máscaras de boa qualidade, não
fazer festas; sei que estamos todos cansados, querem fazer festa, mas
infelizmente não dá para fazer".
A
pesquisadora reiterou que pessoas jovens precisam ser vacinadas, e que o Brasil
só terá certo "conforto" em relação à pandemia quando imunizar pelo
menos 70% da população.
"Precisamos
vacinar 70% da população para ter certo conforto. Precisamos vacinar as pessoas
jovens, aqueles que são responsáveis pela grande mobilidade social, que se
expõem mais, pegam transporte público e que levam a doença para casa.
Precisamos ter muita vacina, muito rápido, além disso, toda medida de restrição
ser mantida com todo rigor", afirmou Margareth. |